terça-feira, 24 de março de 2009

Para Não Dançar na Chuva




No início de março, a Agência Espacial Brasileira ("AEB") e a Agência Nacional de Águas ("ANA") assinaram um acordo de cooperação técnica com o objetivo de juntar esforços para o monitoramento, via satélite, das chuvas em território nacional. Segundo a AEB, tal iniciativa demonstra o caráter prioritário dado pelo Programa Nacional de Atividades Espaciais ("PNAE") ao segmento de meteorologia via satélite, considerado imprescindível para previsão meteorológica, estudos climatológicos, gerenciamento de recursos hídricos, planejamento do agronegócio e prevenção de catástrofes naturais.

Nesse sentido, a coordenação do PNAE pretende implantar uma rede nacional para coletar, validar e posteriormente distribuir dados acerca da precipitação pluvial no Brasil. A viabilidade da implantação de uma rede dessa magnitude no Brasil dependerá da cooperação de diversas instituições que atuem na área de meteorologia, com as quais pretende-se estabelecer acordos de cooperação técnica. Entre as instituições contatadas para tanto encontram-se: o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet); a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa); a Universidade do Estado de São Paulo (USP) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Segundo a AEB, tal acordo visa a assegurar a participação do Brasil no programa denominado Global Precipitation Measurement ("GPM") desenvolvido pela NASA e pela agência espacial do Japão ("JAXA") juntamente com outros parceiros, cujo objetivo é estabelecer uma rede mundial de satélites climáticos com o propósito de coletar e oferecer medições pluviométricas ao redor do planeta com alto grau de precisão e resolução temporal. Ainda que aparentemente louvável a iniciativa, AEB e ANA ficam devendo mais informações sobre os custos/benefícios do Brasil por participar no GPM, sobre como financiar a infra-estrutura local e, principalmente, sobre como viabilizar a distribuição das informações aos produtores rurais brasileiros. Voltaremos ao assunto.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Portabilidade Numérica






Tendo chegado aos últimos estados que faltavam (São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Pará), a portabilidade numérica já pode ser considerada uma realidade em todo o Brasil. Portabilidade numérica é a possibilidade do usuário manter o seu número de telefone, fixo ou móvel, independentemente da operadora a que esteja vinculado. Isso significa que o usuário passou a ter o direito de manter o seu número de telefone quando migra para outra operadora.

A medida estimula a concorrência no setor. Antes da introdução da portabilidade, a mudança de operadora significava alteração do número de telefone, o que coibia a troca por parte dos consumidores que dependiam da manutenção do número. Embora muito comemorada entre os consumidores, a novidade pode trazer transtornos. Os usuários que pretendam mudar de operadora devem ficar atentos para os termos do contrato que assinarem. A atenção deve ser redobrada nas cláusulas sobre o prazo de permanência e fidelização do usuário.

Antes de trocar de operadora, o consumidor também tem de verificar quais os termos do seu contrato vigente. Isso porque muitos desses contratos prevêem períodos de fidelidade obrigatória, dentro dos quais o consumidor está impedido de trocar de operadora, sob pena de multa. Embora os contratos impostos pelas empresas sejam de adesão (i.e., que dão pouca ou nenhuma margem à negociação), o consumidor poderá evitar surpresas.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Programa Prime Finep

Dennys M. Antonialli




Um dos grandes avanços da chamada Lei da Inovação (Lei nº 10.973/04) foi o de tornar possível que recursos públicos sejam repassados para empresas privadas como forma de subvenção à sua atividade inovadora.
O fomento ao desenvolvimento tecnológico é uma das prioridades do governo federal. Dentro dessa diretiva, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Ministério da Ciência e Tecnologia, tem realizado uma série de chamadas públicas para seleção dessas empresas. O Programa Primeira Empresa Inovadora (PRIME) pretende incentivar o desenvolvimento de pequenas empresas que tenham a inovação como setor principal.
Para isso, o programa selecionou empresas incubadoras, que, atuando como agentes repassadores da FINEP, deverão receber recursos em montantes que podem variar de R$ 9 milhões a R$ 14,4 milhões cada, dependendo da região em que operam. Essas incubadoras credenciadas deverão repassar a empresas inovadoras de pequeno porte e que tenham até dois anos de existência verbas de até R$ 120.000,00 para cada empresa.
Os recursos não serão reembolsáveis, mas sim oferecidos na modalidade de subvenção econômica, o que representa uma grande oportunidade para as empresas que ainda dependem de investimento para crescer.

terça-feira, 3 de março de 2009

Papel Eletrônico

Fernando Stacchini




Imagine uma película com apenas um átomo de espessura, extremamente flexível, mais resistente do que qualquer outro material e que, além disso, possa conduzir eletricidade mais rápido do que qualquer outra substância.

Foi exatamente esse material que Andre K. Geim e seus colaboradores conseguiram ao desenvolver um método para isolar camadas ultrafinas de grafite: o grafeno, um filme de espessura nanoscópica, composto somente por átomos de carbono e com propriedades quânticas de condutibilidade e resistência, que começam a ser estudadas com perspectivas muito promissoras.

Descrito em outubro de 2004 por Geim e seus colegas, o grafeno já vem sendo apontado como material do futuro: cotado para substituir o silício na indústria da computação e capaz de forçar a aposentadoria precoce dos nanotubos de carbono.

Recentemente, cientistas desenvolveram novos processos químicos para produzir filmes de grafeno, como alternativa mais versátil ao processo mecânico, até então o único existente. Os novos processos propiciam filmes transparentes, ultrafinos , mas com extensão relativamente grandes se comparados com os anteriormente produzidos. Isso abre novas frentes de pesquisa para engenheiros desenvolverem novos produtos, como eletrodos e nanochips.

Um exemplo, segundo os pesquisadores, está em telas eletrônicas, para uso em publicações como revistas ou jornais, em substituição ao papel.

Para saber mais:
http://www.nature.com/nature/journal/v457/n7230/full/nature07719.html
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=nova-forma-de-produzir-grafeno-viabiliza-papel-eletronico&id=010165090203
http://pico.phys.columbia.edu/pdf_papers/SciAm_4_2008_PK.pdf

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