No início de março, a Agência Espacial Brasileira ("AEB") e a Agência Nacional de Águas ("ANA") assinaram um acordo de cooperação técnica com o objetivo de juntar esforços para o monitoramento, via satélite, das chuvas em território nacional. Segundo a AEB, tal iniciativa demonstra o caráter prioritário dado pelo Programa Nacional de Atividades Espaciais ("PNAE") ao segmento de meteorologia via satélite, considerado imprescindível para previsão meteorológica, estudos climatológicos, gerenciamento de recursos hídricos, planejamento do agronegócio e prevenção de catástrofes naturais.
Nesse sentido, a coordenação do PNAE pretende implantar uma rede nacional para coletar, validar e posteriormente distribuir dados acerca da precipitação pluvial no Brasil. A viabilidade da implantação de uma rede dessa magnitude no Brasil dependerá da cooperação de diversas instituições que atuem na área de meteorologia, com as quais pretende-se estabelecer acordos de cooperação técnica. Entre as instituições contatadas para tanto encontram-se: o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet); a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa); a Universidade do Estado de São Paulo (USP) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Segundo a AEB, tal acordo visa a assegurar a participação do Brasil no programa denominado Global Precipitation Measurement ("GPM") desenvolvido pela NASA e pela agência espacial do Japão ("JAXA") juntamente com outros parceiros, cujo objetivo é estabelecer uma rede mundial de satélites climáticos com o propósito de coletar e oferecer medições pluviométricas ao redor do planeta com alto grau de precisão e resolução temporal. Ainda que aparentemente louvável a iniciativa, AEB e ANA ficam devendo mais informações sobre os custos/benefícios do Brasil por participar no GPM, sobre como financiar a infra-estrutura local e, principalmente, sobre como viabilizar a distribuição das informações aos produtores rurais brasileiros. Voltaremos ao assunto.