Quem nunca foi surpreendido com
ofertas e recomendações via e-mail ou mesmo online de alguma forma relacionadas
com buscas anteriores na internet? Um amigo comentava, outro dia, que muitos
dos sites de notícias que ele acompanha o informam regularmente acerca das
atividades de seus amigos no Facebook. O mais interessante, dizia ele, é que
isso independe de qualquer login no site de notícias ou no Facebook: "Eles
simplesmente sabem que eu estou on line, quem são meus amigos no Facebook e me
informam o que esses amigos curtiram ou estão fazendo!".
A situação acima é corriqueira
e mostra que vivemos um momento em que a sociedade experimenta a rápida
migração para a internet de boa parte das atividades sociais, políticas, econômicas,
educacionais, de saúde e de lazer. São atividades que, quase sempre, implicam não
apenas que o usuário forneça seus dados pessoais, mas também que concorde
(muitas vezes sem saber) com a coleta, organização, utilização e divulgação desses
dados e de outras informações sobre seu cotidiano no mundo virtual. Isso inclui
os posts no Twitter, os likes no Facebook, as buscas no Google, as pesquisas na
Wikipedia, os vídeos assistidos no YouTube, os e-mails enviados e recebidos, as
listas de amigos, os hábitos de consumo em lojas virtuais, os comentários em
sites, blogs, jornais e revistas eletrônicas.
Há dois aspectos que em certa
medida explicam e justificam a demanda, a divulgação e a utilização desenfreada
de dados e informações pessoais. Em primeiro lugar, constituímos uma sociedade
de consumo intenso (e que ocorre cada vez mais no âmbito da internet) em que as
empresas dependem cada vez mais do perfil dos consumidores e dos dados sobre
seus hábitos de consumo.
Além disso, experimentamos a
evolução sempre mais veloz da tecnologia, o que permite não só a popularização
de equipamentos e dispositivos de acesso e uso da internet, mas também a coleta
e o armazenamento de volumes cada vez maiores de dados e o processamento cada
vez mais eficiente de tais dados.
Essa imensa quantidade de dados
e informações disponíveis no mundo digital, juntamente com as ferramentas e
soluções tecnológicas cada vez mais poderosas desenvolvidas para organizar e
processar tais dados e informações (em volume,
variedade e velocidade cada vez maiores) respondem pelo nome de Big
Data.
Embora a sociedade civil esteja
apenas começando a perceber a magnitute do impacto do Big Data nas relações
sociais e políticas, as empresas já há algum tempo se deram conta de quão
relevante e valioso é o uso dos recursos e ferramentas do Big Data para o
desenvolvimento econômico. É isso que muitas vezes justifica a utilização
gratuita de determinado serviço ou aplicativo em troca do fornecimento dos
dados, informações e conteúdo do usuário e do consentimento para o tratamento
de tais dados e informações. Leia mais...
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