quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Endurecimento na Regulação do Sistema Financeiro Global

Samuel Cordeiro dos Santos

Membros da União Européia estão determinados a reestruturar a regulação do sistema financeiro global. Os líderes da França e da Alemanha esclareceram que a União Européia estabelecerá o cronograma para a próxima reunião do G-20, em Londres. Neste evento, as maiores economias mundiais discutirão meios de fortalecer a arquitetura e a regulação do sistema financeiro mundial.

Sob o argumento de que não se devem repetir os erros do passado, Angela Markel, a chanceler alemã, disse que reagirá duramente se a comunidade financeira tentar impedir os esforços do governo em endurecer a regulamentação. Já Tony Blair, do Reino Unido, disse que deveria haver uma revisão em todo o sistema financeiro.

Toda esta corrente no sentido de endurecer o sistema financeiro é, evidentemente, conseqüência da crise financeira global atual. Até agora não se sabe, ao certo, qual o tamanho dos prejuízos, que não param de crescer. Governos locais já injetaram bilhões de dólares em suas economias, mas ainda não é possível vislumbrar, num horizonte próximo, o fim da crise.

Novamente surgem críticas ao modelo de economia: no começo do século XX, eram direcionadas ao modelo liberal e, hoje, ao neoliberal.

No Brasil, medidas têm sido adotadas visando dar maior transparência às operações no mercado financeiro. A CVM, por exemplo, editou a Deliberação CVM n° 550/08, que exige a divulgação, por companhias abertas, de informações detalhadas sobre operações com derivativos. "A Deliberação contém também recomendação para que as companhias divulguem análises de sensibilidade de suas posições em instrumentos derivativos, fornecendo assim aos seus acionistas e ao mercado referenciais concretos para a avaliação do risco trazido pelas posições assumidas pela companhia", conforme divulga o Boletim do Mercado de Capitais nº 23 do Stacchini Advogados.

De qualquer forma, o momento é de apreensão. A sociedade espera, dos órgãos públicos internacionais, medidas que evitem avalanches econômicas como a crise atual ou a de 1929.

2 comentários :

Unknown disse...

Como há muito já atestou Keynes, as crises são momentos naturais do desenvolvimento capitalista. Regulação e intervenção podem pouco além de aliviá-las. Assim, as falas de líderes como Merkel e Blair no sentido de busca de soluções definitivas e caça às bruxas soam como mero oportunismo político, de pouco proveito prático.

Domingos disse...

Concordo com você Mateus, mas acho que aliviar uma crise não é pouco e é muito válido para evitar tragédias financeiras que ocorrem constantemente no sistema liberal. Se o mercado caminha sozinho, caminha direto pro abismo.

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